quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Culinária










A culinária moçambicana é uma rica fusão de sabores, história e diferentes culturas de África, Oriente e Europa.Moçambique oferece a comida típica com uma rica mistura de valores culturais que dão sabor especial a uma culinária mestiça e muito apetitosa . Na culi ária moçambicana é muito comum serem usados produtos da terra , como mandioca , batata doce , amendoim , coco , castanha de caju e outros , também são muito usados frutos do mar , como garoupas , carapaus , amêijoas e os famosos camarões.

Aqui vão alguns pratos típicos da culinária moçambicana : 

Mucuane

É feita de matapa e coco.
É uma receita típica das províncias de Sofala, Manica e Zambézia. 

Xiguinha

Feito com mandioca e as folhas de cacana. É um típico da província Inhambane.

Mucapata

É preparada com arroz, coco e feijão oloco. É uma receita típica da província Zambézia.



Hino de moçambique











Na memória de África e do Mundo
Pátria bela dos que ousaram lutar
Moçambique, o teu nome é liberdade
O Sol de Junho para sempre brilhará




Moçambique nossa pátria gloriosa

Pedra a pedra construindo um novo dia

Milhões de braços, uma só força

Oh pátria amada, vamos vencer


(2x)


Povo unido do Rovuma ao Maputo

Colhe os frutos do combate pela paz

Cresce o sonho ondulando na bandeira

E vai lavrando na certeza do amanhã






Moçambique nossa pátria gloriosa

Pedra a pedra construindo um novo dia

Milhões de braços, uma só força

Oh pátria amada, vamos vencer


(2x)


Flores brotando do chão do teu suor

Pelos montes, pelos rios, pelo mar

Nó juramos por ti, oh Moçambique

Nenhum tirano nos irá escravizar






Moçambique nossa pátria gloriosa

Pedra a pedra construindo um novo dia

Milhões de braços, uma só força

Oh pátria amada, vamos vencer


(2x)


em uma parte do hino diz 'o sol de junho para sempre brilhará'',pois foi nesse mesmo mês em que eles se tornaram libertos.

Música



A música de Moçambique é uma das mais importantes manifestações da cultura deste país. A música tradicional tem características bantu e influência árabe principalmente na zona norte e, como tal, é normalmente criada para acompanhar cerimônias sociais, principalmente na forma de dança.


A música comercial tem raízes na música tradicional, mas muitas vezes usando ritmos e tecnologias importadas de outras culturas. Um dos tipos de música comercial mais conhecidos é a marrabenta, originária do sul do país, que não é apenas música de dança, mas tem frequentemente uma letra com grande conteúdo social.

Aqui estão 2(duais) músicas diferentes:

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Religião


Religião em Moçambique 


Atualmente , em Moçambique , 24% da populacao mocambicana é católica , 22% protestante , e 20% Muçulmanos , A outra metade da populaçao registra nao praticar nenhum tipo de religiao ou credo , porém , líderes religiosos acreditam que todas essas pessoas praticam crenças tradicionais africanas

parque de moçambique


Parque Nacional do Limpopo 
 Área: 10.000Km2 Localização: Distrito de Massingir, Província de Gaza Espécies protegidas
Elefantes, Rinocerontes, várias espécies de cabritos, búfalos
Atracções Vegetação
10 paisagens podem ser encontradas: planícies arenosas; planicies calcíticas com savana de arbustos de mopane; matas de mopane; savana arborizada; planicies aluviais;
Fauna 49 espécies de peixes das quais três merecem estatuto especial de conservação dois habitantes das lagoas sazonais e peixe de pulmões; 34 espécies de rãs; 116 espécies de repteis duas endémicas (lagarto das areias com cauda azul e lagarto de Coaster de nariz em espátula; 505 espécies de aves; 147 espécies de mamíferos. reservas moçambique Reserva do Gilé
A Reserva possui uma área de 2.100 km², está localizada na Província de Zambézia, a nordeste da cidade de Quelimane. É uma reserva de caça, com grande variedade de animais selvagens.
Reserva de Marromeu
A Reserva possui uma área de 1.500 km², está localizada na Província de Sofala, na foz do rio Zambeze, tem, sobretudo, importantes manadas de búfalos. Aqui ocorrem abates controlados...
Reserva de Pomene
A Reserva possui uma área de 200 km², está localizada na Província de Inhambane

mapiko(dança)


dança mapiko



A dança Mapiko está ligada aos ritos de iniciação masculina e é a mais importante dança dos Macondes. Nela são usadas máscaras com o mesmo nome.


Esta dança é muito importante na vida dos Macondes de Moçambique, havendo uma aura de mistério e segredo rodeando a preparação das máscaras e a dança propriamente dita, sendo por exemplo importante que não se saiba a identidade do dançarino.


Para a dança, um jovem mascara-se de homem ou animal, vestindo panos e usando uma máscara Mapiko na cabeça. Existem vários passos que o dançarino executa, sempre em sintonia com a música dos tambores, apresentando uma espécie de encenação teatral, que encanta e diverte todos os que assistem.


Depois de um extase de actividade por parte do dançarino, segue-se uma encenação de perseguição e fuga, entre o dançarino e um grupo de aldeões.

Tufo,N`Sope,Nacula,N`Sipripuiti(outras danças)

macondes=Os macondes são um grupo étnico bantu que vive no sudeste da Tanzânia e no nordeste de Moçambique


vídeo da dança:


http://www.youtube.com/watch?v=l1yUgRakN7U


fotos da dança:






sábado, 17 de agosto de 2013

Economia de Moçambique

Cerca de 45% do território moçambicano tem potencial para agricultura, porém 80% dela é de substância. Há extração de madeira das florestas nativas. A reconstrução da economia (após o fim da guerra civil em 1992, e das enchentes de 2000) é dificultada pela existência de minas terrestres não desativadas. O Produto interno bruto de Moçambique estava estimado em US$ 8,132 bilhões, em 2007. Calcula-se que de uma população ativa de 8,4 milhões de pessoas, apenas 11,1% trabalham no sector formal.
Principais produtos agrícolas (dados de 2007)
  • algodão
  • cana-de-açúcar
  • castanha de caju
  • copra (polpa do coco)
  • mandioca.Pecuária (dados de 2006)
  • bovinos (2,7 milhões)
  • suínos (400 mil)
  • ovinos (345 mil)A pesca é reduzida - 71,4 mil t em 2006.
Minérios: carvão, sal, grafite, bauxita, ouro pedras preciosas e semi preciosas. Possui também reservas de gás natural e mármore.
Indústria: alimentos; têxtil; vestuário; tabaco; química; bebidas (cerveja).
O país tem um grande potencial turístico, destacando-se as zonas propícias ao mergulho nos seus mais de 2 mil km de litoral, e os parques e reservas de animais no interior do país. Para atrair investimentos estrangeiros, criou o Corredor de Desenvolvimento de Nacala (CDN), junto ao porto daquela cidade, com acesso rodoviário, suprimento de energia elétrica, e com ligação por ferrovia até o vizinho Malaui.
Porto de Maputo(Moçambique)


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Clima e turismo

                     Moçambique



Clima:

Caracterização geral do clima: úmido, tropical; estação seca de Junho a Setembro; As temperaturas médias em Maputo variam entre os 13-24ºC em Julho a 22-31 ºC em Fevereiro


Pontos turisticos:
ilhas Quirimbas, Parque Nacional da Gorongoza, arquipélago de Bazaruto, benguerra island, lago niassa e Vilanculos Beach.

Lago niassa.
ilhas Quirimbas

ilhas Quirimbas



arquipélago de bazaruto

Vilanculos

Um pouco sobre a fauna e flora em Moçambique

Moçambique é um país que o seu interior ainda é virgem e livre de grandes núcleos de população. As praias, o Índico, assim como as zonas do interior destacam-se pela sua beleza e pela sua variedade. São muitas as eco-regiões que encontramos neste país. A natureza em Moçambique ocupa uma boa parte do país, entre parques nacionais, reservas naturais, paisagens protegidas e muito mais.


Entre as suas zonas mais conhecidas, destaca-se a Selva Costeira de Inhambane, assim como a Savana Oriental, na zona norte do país. Os pântanos, assim como o Lago Chilwa, na zona fronteiriça com o Malawi é outro dos seus lugares mais interessantes, assim como as diferentes savanas interiores como nas zonas montanhosas que fazem fronteira com o Zimbabwe.

Moçambique tem quase uma dezena de parques nacionais e parques naturais protegidos, que sem dúvidas, junto as praias compõem o principal atrativo deste país tropical.

Entre os parques nacionais mais destacados encontramos o Parque das Quirimbas, o Parque de Gorongoza, o Parque de Bazaruto, o Parque do Limpopo e o Parque de Banhine. Entre as reservas naturais mais destacadas encontramos a Reserva do Niassa, a Reserva do Gilé, a Reserva do Pomene, a Reserva do Maputo e a Reserva de Marromeu. Nestes espaços protegidos encontrará fauna e flora diversa, numerosas espécies de animais selvagens como leões, elefantes, leopardos, crocodilos, búfalos, rinocerontes, zebras, assim como aves, plantas e flores.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

período antes da guerra de independência


Massacre de Mueda

No início dos anos 60, o descontentamento dos agricultores era grande. A partir de 1929, o Estado português iniciou um forte controlo sobre as companhias comerciais, nomeadamente sobre o monopólio que exerciam. O governo de Lisboa passou a centralizar a política de colonização. Dos produtos produzidos em Moçambique para exportação algodão, açúcar, caju e sisal - o algodão era dos mais importantes, tendo sido imposta a sua exploração em larga escala. De 4.000 toneladas produzidas entre 1931 e 1935, passou-se para cerca de 130.000 na década de 1960. Associado a este forte aumento de produção, estava o elevado número de trabalhadores, que eram recrutados entre a população maconde na região de Mueda. O descontentamento dos macondes tinha a ver, essencialmente, com os baixos salários auferidos, as más condições de trabalho, o autoritarismo da administração colonial e questões econômicas - o algodão era comprado por baixo valor e vendido a um preço mais alto.


Escravos

essa ilha chama-se Bazaruto, também é conhecida como ilha da morte, pois os escravos eram jogados nessas ilhas para morrer, durante a noite a maré sobe e a ilha desaparece.

línguas faladas em Moçambique



Legenda:O=Oficial C= Reconhecida pelo Centro de Estudos de Línguas Moçambicanas (NELIMO) E=Alistada no Ethnologue(instituição linguística)
  • C Bitonga 
  • C Cibalke 
  • C Cicopi 
  • E Cidema 
  • E Cikunda 
  • C Cindau 
  • C Cinsenga 
  • C Cinyanja 
  • C Cinyungwe 
  • E Ciphimbi 
  • C Cisena 
  • E Citawara 
  • E Citewe 
  • C Citshwa 
  • C Ciyao 
  • E Echirima 
  • C Echuwabo 
  • E Ekokola 
  • C Ekoti 
  • E Elolo 
  • C Elomwe 
  • E Emaindo 
  • C Emakhuwa 
  • E Emanyawa 
  • E Emanyika 
  • E Emarenje 
  • E Emarevoni 
  • E Emeetto 
  • E Emoniga 
  • E Enathembo 
  • E Esaaka 
  • E Etakwane 
  • C Isizulu 
  • E Kimakwe 
  • C Kimwani 
  • C Kiswahili 
  • E Língua de sinais de Moçambique 
  • O Português 
  • C Shimakonde 
  • C Siswati 
  • C Xingoni 
  • C Xirhonga 
  • C Xitsonga

Guerra pela independência

Guerra pela independência

A Guerra da Independência de Moçambique, também conhecida como Luta Armada de Libertação Nacional, foi um conflito armado entre as forças da guerrilha da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e as Forças Armadas de Portugal. Oficialmente, a guerra teve início a 25 de Setembro de 1964, com um ataque ao posto administrativo de Chai no então distrito (atualmente província) de Cabo Delgado, e terminou com um cessar-fogo a 8 de Setembro de 1974, resultando numa independência negociada em 1975.
Ao longo dos seus quatro séculos de presença em território africano, a primeira vez que Portugal teve que enfrentar guerras de independência, e forças de guerrilha, foi em 1961
, na Guerra de Independência de Angola. Em Moçambique, o conflito começou em 1964, resultado da frustração e agitação entre os cidadãos moçambicanos, contra a forma de administração estrangeira, que consideravam ser exploratória e de maus tratos, e que só defendia os interesses econômicos portugueses na região. Muitos moçambicanos ressentiam-se das políticas portuguesas em relação aos nativos, que eram discriminatórias, tradicionais e que limitavam o acesso à educação, ministrada pelos portugueses, e ao emprego qualificado. Influenciados pelos movimentos de autodeterminação africanos do pós-guerra, muitos moçambicanos tornaram-se, progressivamente, nacionalistas e, de forma crescente, frustrados pelo contínuo servilismo da sua nação às regras exteriores. Por outro lado, aqueles moçambicanos mais cultos, e integrados no sistema social português implementado em Moçambique, em particular os que viviam nos centros urbanos, reagiram negativamente à vontade, cada vez maior, de independência. Os portugueses estabelecidos no território, que incluíam a maior parte das autoridades, responderam com um incremento da presença militar e com um aumento de projetos de desenvolvimento.


Um exílio em massa de políticos da intelligentsia de Moçambique para países vizinhos providenciou-lhes um ambiente ideal no qual radicais moçambicanos podiam planear ações, e criar agitação política, no seu país de origem. A criação da organização de guerrilha moçambicana FRELIMO e o apoio da União Soviética, China e Cuba, por meio do fornecimento de armamento e de instrutores, levaram ao surgimento da violência que continuaria por mais uma década.
Do ponto de vista militar, o contingente militar português foi sempre superior durante todo o conflito contra as forças de guerrilha. Embora em desvantagem, as forças da FRELIMO saíram vitoriosas, após a Revolução dos Cravos em Lisboa, a 25 de Abril de 1974, que acabou com o regime ditatorial em Portugal. Moçambique acabaria por obter a sua independência em 25 de Junho de 1975, após mais de 400 anos de presença portuguesa nesta região de África. De acordo com alguns historiadores da Revolução, o golpe de Estado militar em Portugal foi, em parte, causado pelos protestos face ao comportamento das tropas portuguesas em relação à população moçambicana.No entanto, o crescente aumento da influência comunista sobre os militares portugueses revoltosos que lideraram o golpe militar em Lisboa, e, por outro lado, a pressão internacional sobre a condução da Guerra Colonial Portuguesa em geral, foram as principais causas para o resultado final.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

vídeo de Mia Couto-Murar o medo

conferência 

pessoal,ainda não sei colocar vídeos no blog,mas aqui ta o link:http://www.youtube.com/watch?v=jACccaTogxE

Murar o medo – Mia Couto

O medo foi um dos meus primeiros mestres. Antes de ganhar confiança em celestiais criaturas, aprendi a temer monstros, fantasmas e demônios Os anjos, quando chegaram, já era para me guardarem, servindo como agentes da segurança privada das almas. Nem sempre os que me protegiam sabiam da diferença entre sentimento e realidade. Isso acontecia, por exemplo, quando me ensinavam a recear os desconhecidos. Na realidade, a maior parte da violência contra as crianças sempre foi praticada não por estranhos, mas por parentes e conhecidos. Os fantasmas que serviam na minha infância reproduziam esse velho engano de que estamos mais seguros em ambientes que reconhecemos. Os meus anjos da guarda tinham a ingenuidade de acreditar que eu estaria mais protegido apenas por não me aventurar para além da fronteira da minha língua, da minha cultura, do meu território.


O medo foi, afinal, o mestre que mais me fez desaprender. Quando deixei a minha casa natal, uma invisível mão roubava-me a coragem de viver e a audácia de ser eu mesmo. No horizonte vislumbravam-se mais muros do que estradas. Nessa altura, algo me sugeria o seguinte: que há neste mundo mais medo de coisas más do que coisas más propriamente ditas.


No Moçambique colonial em que nasci e cresci, a narrativa do medo tinha um invejável casting internacional: os chineses que comiam crianças, os chamados terroristas que lutavam pela independência do país, e um ateu barbudo com um nome alemão. Esses fantasmas tiveram o fim de todos os fantasmas: morreram quando morreu o medo. Os chineses abriram restaurantes junto à nossa porta, os ditos terroristas são governantes respeitáveis e Karl Marx, o ateu barbudo, é um simpático avô que não deixou descendência.


O preço dessa construção [narrativa] de terror foi, no entanto, trágico para o continente africano. Em nome da luta contra o comunismo cometeram-se as mais indizíveis barbaridades. Em nome da segurança mundial foram colocados e conservados no Poder alguns dos ditadores mais sanguinários de que há memória. A mais grave herança dessa longa intervenção externa é a facilidade com que as elites africanas continuam a culpar os outros pelos seus próprios fracassos.


A Guerra-Fria esfriou mas o maniqueísmo que a sustinha não desarmou, inventando rapidamente outras geografias do medo, a Oriente e a Ocidente. E porque se trata de novas entidades demoníacas não bastam os seculares meios de governação… Precisamos de intervenção com legitimidade divina… O que era ideologia passou a ser crença, o que era política tornou-se religião, o que era religião passou a ser estratégia de poder.


Para fabricar armas é preciso fabricar inimigos. Para produzir inimigos é imperioso sustentar fantasmas. A manutenção desse alvoroço requer um dispendioso aparato e um batalhão de especialistas que, em segredo, tomam decisões em nosso nome. Eis o que nos dizem: para superarmos as ameaças domésticas precisamos de mais polícia, mais prisões, mais segurança privada e menos privacidade. Para enfrentar as ameaças globais precisamos de mais exércitos, mais serviços secretos e a suspensão temporária da nossa cidadania. Todos sabemos que o caminho verdadeiro tem que ser outro. Todos sabemos que esse outro caminho começaria pelo desejo de conhecermos melhor esses que, de um e do outro lado, aprendemos a chamar de “eles”.


Aos adversários políticos e militares, juntam-se agora o clima, a demografia e as epidemias. O sentimento que se criou é o seguinte: a realidade é perigosa, a natureza é traiçoeira e a humanidade é imprevisível. Vivemos – como cidadãos e como espécie – em permanente situação de emergência. Como em qualquer estado de sítio, as liberdades individuais devem ser contidas, a privacidade pode ser invadida e a racionalidade deve ser suspensa.


Todas estas restrições servem para que não sejam feitas perguntas [incomodas] como, por exemplo, estas: porque motivo a crise financeira não atingiu a indústria de armamento? Porque motivo se gastou, apenas o ano passado, um trilião e meio de dólares com armamento militar? Porque razão os que hoje tentam proteger os civis na Líbia são exatamente os que mais armas venderam ao regime do coronel Kadaffi? Porque motivo se realizam mais seminários sobre segurança do que sobre justiça?


Se queremos resolver (e não apenas discutir) a segurança mundial – teremos que enfrentar ameaças bem reais e urgentes. Há uma arma de destruição massiva que está sendo usada todos os dias, em todo o mundo, sem que sejam precisos pretextos de guerra. Essa arma chama-se fome. Em pleno século 21, um em cada seis seres humanos passa fome. O custo para superar a fome mundial seria uma fracção muito pequena do que se gasta em armamento. A fome será, sem dúvida, a maior causa de insegurança do nosso tempo.


Mencionarei ainda outra silenciada violência: em todo o mundo, uma em cada três mulheres foi ou será vítima de violência física ou sexual durante o seu tempo de vida… A verdade é que… pesa uma condenação antecipada pelo simples facto de serem mulheres.


A nossa indignação, porém, é bem menor que o medo. Sem darmos conta, fomos convertidos em soldados de um exército sem nome, e como militares sem farda deixamos de questionar. Deixamos de fazer perguntas e de discutir razões. As questões de ética são esquecidas porque está provada a barbaridade dos outros. E porque estamos em guerra, não temos que fazer prova de coerência nem de ética nem de legalidade.


É sintomático que a única construção humana que pode ser vista do espaço seja uma muralha. A chamada Grande Muralha foi erguida para proteger a China das guerras e das invasões. A Muralha não evitou conflitos nem parou os invasores. Possivelmente, morreram mais chineses construindo a Muralha do que vítimas das invasões do Norte. Diz-se que alguns dos trabalhadores que morreram foram emparedados na sua própria construção. Esses corpos convertidos em muro e pedra são uma metáfora de quanto o medo nos pode aprisionar.


Há muros que separam nações, há muros que dividem pobres e ricos. Mas não há hoje no mundo muro que separe os que têm medo dos que não têm medo. Sob as mesmas nuvens cinzentas vivemos todos nós, do sul e do norte, do ocidente e do oriente… Citarei Eduardo Galeano acerca disso que é o medo global:


“Os que trabalham têm medo de perder o trabalho. Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho. Quem não têm medo da fome, têm medo da comida. Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas, as armas têm medo da falta de guerras.”


E, se calhar, acrescento agora eu, há quem tenha medo que o medo acabe.






Mia Couto

Mia Couto

Biografia

Mia nasceu e foi escolarizado na Beira. Com catorze anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira e três anos depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Lourenço Marques (agora Maputo). Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna até à destruição das suas instalações em Setembro de 1975, por colonos que se opunham à independência. Foi nomeado diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o tempo da guerra de libertação. A seguir trabalhou como diretor da revista Tempo até 1981 e continuou a carreira no jornal Notícias até 1985. Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que inclui poemas contra a propaganda marxista militante. Dois anos depois, demitiu-se da posição de diretor para continuar os estudos universitários na área de biologia.

                                                                     

                                                                       Beira



Informações



Nome: António Emílio Leite Couto(Mia Couto)
Nascimento:5 julho de 1955(58 anos)
Gênero literário:realismo,animista e ficção histórica










Prêmios

Além de considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Prêmio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué. Em 2007, foi entrevistado pela revista Isto É. Foi fundador de uma empresa de estudos ambientais da qual é colaborador.

Em 2013 foi outorgado com o Prêmio Camões, que lhe foi entregue em 10 de junho no Palácio de Queluz pelas mãos do presidente de Portugal Cavaco Silva e da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.


sábado, 10 de agosto de 2013

Bandeiras de Moçambique

                                    bandeiras

Significado da atual bandeira de Moçambique:                               

Verde=riqueza do solo.
Preto=continente africano.
Amarelo= riqueza do subsolo.
Listras horizontais brancas=paz.
Vermelho=sangue derramado na guerra pela independência.
AK-47=arma usada na guerra de independência.
Livro= importância da educação.
Estrela=o internacionalismo(união entre povos).

 Bandeira atual desde 1 de maio de 1983 até dias atuais.                                                       
                                                                                                



Primeira bandeira de moçambique,de 1974 a 1975.

    
                                                                                 

Segunda bandeira de Moçambique,de 1975 a 1983.




Terceira bandeira de Moçambique,do ano 1983.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Informações BÁSICAS sobre Moçambique

Moçambique,oficialmente República de Moçambique,é país localizado na costa ocidental da africa.



Maputo é sua capital e, também sua cidade mais populosa.


História   

A penetração(invasão) portuguesa em moçambique,foi iniciada no início no século XVI,mas apenas em 1885 tornou-se uma ocupação militar.E apenas no início do século XX,uma verdadeira administração colonial.                                                                                             


Saúde em Moçambique

Moçambique tem um médico para cada 35 mil habitantes, mas tem um curandeiro para cada 80.

Boa parte da população, passa a vida toda sem entrar em algum hospital. Fizeram pesquisas para descobrir o motivo da taxa de mortalidade baixa, mas nada foi comprovado(nem a favor dos curandeiros e, nem contra),mas pelo fato da taxa não ser alta,fica a dúvida, será que esses produtos são realmente capazes de curar?
Em Maputo, capital de Moçambique, é onde localiza-se o maior mercado desta capital, é onde se concentra um grande número de vendedores, que oferecem raízes, folhas e alguns produtos do mar. Esses vendedores, dizem que são produtos medicinais.